A questão do encerramento das maternidades

Penso que o local onde as pessoas nascem não é muito relevante. O importante é as pessoas viverem no local e com as condições que desejem. O facto de bebés portugueses nascerem em Badajoz não me causa grande transtorno... causa-me mais transtorno não poderem ter a qualidade de vida em Portugal que teriam em Espanha.

No entanto, há algumas questões que são motivos de reflexão na questão do fecho das maternidades. Fechar blocos de partos pode ser visto como um desincentivo ao aumento da taxa de natalidade, mesmo que simbolicamente. Por outro lado, encerrar maternidades no interior do país poderá contribuir ainda mais para a desertificação. Se nem com atractivos monetários se consegue fixar população, retirar serviços de saúde só poderá piorar o problema.

Aceito o argumento da falta de condições das maternidades. No entanto, julgo que seria preferível melhorá-las a encerrá-las, nos casos em que a distância geográfica o justificasse. Para além de Elvas, Barcelos e Lamego, duas das três maternidades da Beira Interior irão encerrar. Guarda, Covilhã e Castelo Branco. Ainda não se decidiu quais serão fechadas. O problema é que a extensão geográfica da região pode fazer com que queira dar à luz tenha de percorrer mais de cem quilómetros para chegar ao bloco de partos.